VIP Moda
Chefes de cozinha preocupam-se com a estética do prato e também com aparência pessoal. Para um bom empreendedor da indústria do vestuário, isso significa nova oportunidade de negócio Eles saíram da cozinha e foram parar na passarela. Ficaram bem à vontade, vestindo o tradicional dolmã – aquele uniforme dos chefes, com golinha alta e abotoamento duplo –, como se estivessem no comando das caçarolas em seus restaurantes. O encontro da gastronomia com a moda foi promovido pela personal gourmet Andréa Varjão na mostra Morar Mais e comprovou que a conexão pode dar muito certo, além de gerar uma nova oportunidade de negócio. Beleza, estética, glamour, design e status são elementos associados à moda. Não por acaso, outros setores de atuação comercial apropriam-se dela com a intenção de valorizar seus trabalhos. No sábado 5, Andréa Verjão, que comanda um dos espaços da exposição, pegou o gancho e aproveitou a oportunidade para atrair novos olhares. Para Nágela Maria, o convite não poderia ter acontecido em melhor hora, já que a Bzar está passando por um momento de revitalização. “Procurei entrar em contato com cada um dos profissionais que participariam do desfile para personalizar ao máximo os dolmãs, trazendo traços do trabalho e da personalidade deles”, afirmou. Entretanto, nem tudo pode ser feito com uma liberdade incondicional. Nágela usou apenas tecidos 100% algodão, por uma questão de conforto e segurança, uma vez que os sintéticos, a exemplo do poliéster, têm pouca resistência às altas temperaturas. Outro limitador é o fato de os dolmãs ficarem inevitavelmente sujos nos afazeres da cozinha. Por isso mesmo, o material utilizado na confecção tem que ir para a lavagem sem muitas exigências. “O dolmã é um uniforme de trabalho e a minha função como designer era acrescentar informações de moda sem permitir que a peça perdesse sua funcionalidade”, arrematou. Todos esses fatores não impediram que a designer colocasse a criatividade à prova. O chefe italiano Rosário, por exemplo, vestiu um dolmã nas cores de seu país, com a aplicação de uma mapa da região nas costas. Já o barista Antonello Monardo ganhou uma peça com vários grãos de café armazenados numa faixa plástica aplicada sobre o tecido. Cristina Roberto, a poeta proprietária do bufê homônimo e do bistrô Bom Demais, teve em seu dolmã toda a sensibilidade e paladar representados por cobertura de parte da veste em lezi e botões em forma de morangos. Na parte de trás, um poema de Cora Coralina. Delicado demais para a cozinha? “Esse dolmã é para ser usado apenas no salão”, definiu ela. Se os chefes ficaram satisfeitos com seus0 dolmãs personalizados, o resultado dos negócios para quem desenvolve as peças promete ser promissor. Liliane Roriz, que desfilou representando o restaurante I Maestri, deixou clara a intenção de renovar os uniformes de todo o seu pessoal. Assim, moda, gastronomia, arquitetura e decoração mostram-se capazes de renovar. A moda cria novos produtos e oportunidades de negócios. A comida preparada por um chefe tão bem vestido e preocupado com sua própria imagem, certamente, terá um gostinho todo especial. Os fashionistas devem começar a correr para os restaurantes e avaliar a transformação nos uniformes dos funcionários.
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segunda-feira, 21 de julho de 2008
Obrigada a Bia, responsável pela linda matéria repleta de sensibilidade e profissionalismo
JORNAL DA COMUNIDADE
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- Andréa Varjão
- Andréa Varjão - Personal Gourmet Ethynya - Delicias do Mundo em Casa - Consultoria e Promoção de Eventos em Gastronomia (61)8532-8523 andreavarjao@hotmail.com
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